SUMMER
Last summer, two discrete young snakes left their
skin
on my small porch, two mornings in a row. Being
postmodern now, I pretended as if I did not see
them, nor understand what I knew to be circling
inside me. Instead, every hour I told my son
to stop with his incessant back-chat. I peeled
a banana. And cursed God—His arrogance,
His gall—to still expect our devotion
after creating love. And mosquitoes. I showed
my son the papery dead skins so he could
know, too, what it feels like when something shows
up
at your door—twice—telling you what you already
know.
Robin Coste Lewis
VERÃO
No
ultimo verão, duas cobras deixaram suas peles
na
minha varanda, por duas manhãs seguidas. Sendo
agora
pós-moderna, eu fingi que nem as tinha visto,
nem
quis entender o que sabia estar revolvendo
por
dentro. Contudo, toda hora dizia ao meu filho
para
que parasse de tagarelar. Enquanto descascava
uma
banana. E amaldiçoava Deus—Sua arrogância,
Sua
fealdade—por ainda esperar a nossa devoção
após
ter criado o amor. E os mosquitos. Eu mostrei
ao
meu filho as peles tal papel seco para que entendesse
como uma coisa, em conluio, se apresenta à sua
porta
ao insistir—duplamente—em exibir o que já sabíamos .
Robin Coste Lewis
Tradução
/ translation: Beto Palaio
Ilustração:
deusa minoica das cobras / Minoan goddess of the snakes
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