quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé, oceano, céu, nuvem, praia, crepúsculo, atividades ao ar livre, água e natureza

O AMOR NAVEGANTE

Permito que fiques
e barquejas-me devagar
preso aos meus remos

À medida que a quilha
treme
e acelera no devaneio sedento

Inicialmente o monte e logo após
a sarça ardente
no mistério do orvalho descido

Da ode que nasce e a folha respira
trova
em todo abandono

Tateias a vergonha e ajoelha-te
travesso
como olhos ávidos e abstraídos

Eles copulam mudos e sôfregos
que como estrelas
iluminam o grito

Cavalgas no mar o intenso destino
e logo após o percurso
batas asas sozinho

Na sombra movas-te e conduzas
a espuma
com vestes de lisura

Pressinto-te quando regressas no eriçar
da tez, na síncope oclusa
do batimento restrito

Enquanto componho
os arredores na aspiração
o desnudo devagar e o arrefeço em mim

SOLANGE DAMIÃO

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