CARTILHA
A
Não quero meu poema
apenas pedra
nem seu avesso
explicado
nas mesas de
operação.
E
Não quero os sóis
que praticam
as mil fotos do
objeto, a noite sempre
nascendo da noite
em revelação.
Preciso
da palavra que me
vista não
da memória do susto
mas da véspera do
trapezista.
I
A sede neste
deserto
não me conduz ao
mirante, ou antes:
olho selvagem.
A sede ultrapassa a
sede onde
renasce o objeto,
sua
resposta miragem.
O
Há seres
insuspeitados no gênio
deste cavalo.
A lucidez desta
pedra oculta cada
manhã
seu cadáver delicado,
este mistério
que pulsa nos olhos
da borboleta.
U
Quero meu poema
apenas pedra:
ou seu fantasma
emergindo
por onde dentros e
foras.
CACASO
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