sábado, 19 de novembro de 2011


POEMA PARA FABRICAR AZUIS

Um jukebox empurra azul atrás de azul
O azul cai, o azul empina no manufaturado
Azul na rotação da indústria circulante
O deus Lazuli faz massa de azul cobalto
Pressa de sapo nesta graça de vir a ser
Pula aqui, pula lá, um azul atrás de outro
Sobe e desce azulão. Desce e sobe azulzinho
Embrulhadinhos um no outro, azul com azul
São todos assim, dropes de azulejos sonhados
No azinhavre dos vitrais de Marc Chagall
Azul do Mediterrâneo, azul do rio Trombetas
Lua que navega em azul, sol que inventa azul
Azul pupila, azul mandrágora, azul kundalini
Surgem à noitinha estrelas no céu azul profundo
Seu sorriso, seus olhos azuis, seu toque de seda
A felicidade é azul, a terra é azul, o amor é azul
Uma rosa azul despetalou daqui, e voou longe
Foi para o beiral, caiu na rua, flutuou azul demais
No vai e vem da correnteza, ao brotar o ir e vir
No mar, o mar, do mar, ao mar, todo azul do mar.

Beto Palaio

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