sexta-feira, 11 de maio de 2012


Um Brasil sem vírgulas para combinar com as arengas 
de Adamastor Pastinha.

ALÊU E A SEREIA (XXI)

BraSILsemVIR+gúlas= Adamastor confiante em sua rara memória fotográfica decorava tudo o que a pinga deitava para fora numa sopa catimbosa de informações certas ou exageradas sobre um Brasil lógico e saudável que ele como um ex-professor cismava e achava mesmo que poderia acabar com as diferenças sociais apenas pela conversas distribuídas a quem quisesse ouvir suas arengas de porta de bar ou numa corrida com a bandeira do taxímetro arriada ou em reunião de crisma ou casamento ou batizado onde assim o ardente cérebro de Adamastor intuía de que toda gente deveria ter compromisso firmado com o anseio socialista uma esperta e benfazeja prática alvissareira de dividir o que é seu com o próximo e era para isto que Adamastor em antes de ser taxista ministrava cursos de realismo contemporâneo disfarçados de História do Brasil quando no fundo ele falava da História dos Homens Sem Lei dos que mandavam temporariamente no Brasil e citava os militares boinas verdes quando falava dos repressores do Glorioso Exército Nacional e discorria sobre episódios civilizados este destemido professor Adamastor como aquilo do mistério vinte um haver sido finalmente revelado onde a Ixola Otinticha antigo nome da Terra de Santa Cruz estava afundando e o antigo Brasil vazava água por todos os lados pois os tempos chegaram e cumpriram-se as profecias no oco do mundaréu de mato longe bravuras de gente como nós essa gente brasilíndia triste de dar dó e dessa gente alegre saltitantes como pierrôs no carnaval ou essa que está perseguindo carruagens procissões como aquela do enterro do Zé Arigó e eis que se perguntava alvissareiro que será dessa estória carrapicho pois eis que setentrionalmente o brasil-afogado tem no mapa o formato de uma perna de porco economizando palavras papas na língua é um imenso fazendão ou exemplarmente quando muito um apreciável escândalo tal qual quando se usa do dinheiro do povo para construir obras nababescas e o zé-povinho passando fome pela má conduta governamental em dada importância primeiríssima mão razão pela qual Marx depois de situar o proletariado como portador natural das praxes revolucionárias passe a analisar o operário como mão-de-obra barata e barquinho de papel entre as sucuris multinacionais os portadores da síndrome produtiva com mil recortes a talhar flip-flops relógios moles multiplex digital-analógicos tempos em que se cria até nos milagres do governo e na água benta que deveria mostrar a cura santificada sestro vigente enigmático senão volta-se ao pingo estes lá entulhados na tradição entrecerraram de mandar para cá a nata do lixo dos degredados oriundos de sua cultura entravada na exposição ou descrição metódica do tudo que não é nosso é deles os petulantes entupidos de juros e comissões sobre o amortizável e de sobra estrangulando o orçamento de toda união país palafita de sempre o mesmo porfia mesmo rente canta no arco o afinco capitulado e roto infame queluz cidade ínfima perdoando o havido quem terá prática de esmorecer e reinar fecundo o caminho do ouro descendo para angra dos reis era a vaza do ouro de Minas e  a piorra das fontes destituídas de propósito embrulhado com certeza de se morrer ali e mais curasse salvar a alma do que o corpo ele estava morre ou não morre esse Brasil sem assumir para onde ir um desse gradativos escravos o velho brasil-afogado estava deitado desde o tempo de Floriano Peixoto entupido no nada saber no nunca querer e no intervalo de uma encenada peça teatral entrecasca entreato entrega entrepernas licenciando o nababesco militar idiotizado metido em torturas medievais e pelo pouco saber e reverberando um certo caráter Floriano ele um militar primevo começou a enterrar  mirando a ira contraindo dívidas com os ocos do mundaréu cacharrel rothchilds chases manhattans e os pobre de nós na mão de torquês desse judas quem viu  que pessoas na calçada garimpeiros funileiros padeiros pedreiros maçons políticos juizes e advogados defensores de estupradores e traficantes olhando através das escotilhas de uma nave lá no futuro vejam o mito extraterrestre do expresso 2222  é missa a vida dentro do ovo é uma antítese animais internos e animais alienígenas xamãs o céu sustentam escorando o velho brasil-afogado estava em coma cercado de tubos bendegó que é pedra ao cair no roncaouera um fazendão da família Guaraná Menezes de Alencar que perdeu a fazenda a filha as porcas o parafuso e contratou babalaôs capangas mutuns gringos multinacionais xingus irmãos metralhas xangais ratoeiras e outros agregados mal informados que sapecam de sol a sol sem nada entenderem e ainda por cima acordam entoando o hino nacional brasileiro entrevado no nada acontece esculpindo o sol ecumênico difusão de gotas salutares renovação é borrifo acontecimento calamitoso é desastre calçado de couro é bota brasil-afogado morreu contando artelhos falange falanginha falangeta retraduzindo o mindinho seu vizinho fura-bolo mata-piolho e sobrou o dedão para o tudo encima ok positivo ame-o ou deixe-o navalha na carne o ajoelhar sobre o milho o cadarço em torno do pescoço o choque no ânus o enforcamento na cela o pau-de-arara apenas um tratamento latino americano a mais nos campos de centeio escritos no muro conteúdo de posse parte da cabeça onde fica o semblante é face coisa que se tira de outra é extrato chefe temporal é morubixaba reflexo miragens sobrenatural sem pressa carne-seca carvão palito sal grosso e rapadura semente nova grão distração patife vitrines flanges o velho brasil-afogado porque este não deu nunca certo vai o velho e entrona-se o novo brasil-afogado servidos por projetos especialmente criados para matar a fome como o tal alvissareiro e eleiçoeiro projeto Mandioca de debelar a ignorância verde-amarela fatos acirrados funarte funabem fundeb finep na maior boa fé o brasileiro não autorizado não concursado não admitido adentrará o plano histórico do dar certo e virá como paina ou pano de fundo ou ruidoso como panela de pressão registrar nesse diário de bordo do brasil-afogado o panorama pão-de-ló ornado de pedrarias com o ouvido na concha da ostra ou algo assim dizendo "ouvi por acaso políticos da oposição que só dizem abobrinhas disparates lendas invencionices pois que venham todos vasculhar o regulamento e afirmar se o povo brasileiro nasceu ou não nasceu para ser feliz?"... 

Beto Palaio

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